2009-09-23

=D

Como eu sou ESTÚPIDA. O tempo passa, as coisas mudam mas eu não, eu tenho que sempre ir lá brincar, lamber, rir, cercar. Eu mandei um depoimento e com os fragmentos da minha dignidade eu o apaguei duas horas depois antes mesmo dele aceitar.
"Phrazes for the Young" do Julian Casablancas teve a primeira música no youtube, "11th Dimension", é bem baladinha e tals, baladinha gay com coisinhas piscantes e eu gostei. Ouvindo muito Kings of Convenience também, como eu sou estúpida, não consigo parar de pensar nisso. Minha vontade é sair pixando os tunéis com spray vermelho gritante xingando todos e todas de tudo que eu quero, dizendo todas as verdades possiveis e imagináveis.
- Tu é uma puta, tu é uma vazada idiota e poser, tu é um filha da puta que tá me deixando irritada, tu é uma mimadinha que não precisa do que tem, tu é um bastardo que não sai do meu pé, tu é um aproveitadorzinho de quinta que eu já conheço bem o teu tipinho, tu não sabe nada sobre humildade, tu é um incompetente, ninguém quer saber dos teus problemas, ninguém que saber se tu existe, ninguém quer saber o que tu comprou, ninguém quer te ver fazendo nada anormal, ninguém quer saber de porra nenhuma sobre com quem e como tu anda. Tu não me merece e não me mereceu nunca então se manca logo e para de drama pra cima de mim porque eu eu tô me fodendo pra tua merda de opinião.

And i'm a creep, i'm a weirdo, what the hell i am doing here? I dont belong here. I don't belong here.

Letras garrafais vermelhas e borradas de spray como se fosse sangue. E não deixa de ser sangue, o sangue que escorre da gente a cada punhalada maldita, o sangue que a gente chora a cada sapo que a gente engole, acho que o spray é o sangue da revolta que se esfrega no lugar mais visível pra que todos vejam o sofrimento alheio.
Mas sabe o que é? É que eu não vou desistir, olha, sério, vai ser cada vez mais difícil me derrubar até o momento que isso vai ser impossível! I've been crying for so long, fighting tears just to carry on, but now, but now , but now it's gone away! I'm gonna make you a lover! =D

2009-09-10

Sonho di-vinho

Eu tive um sonho estranho. Eu sonhei que era criança, que eu me via criança, na verdade eu assistia a todo o sonho sem ter o que fazer, eu era eu e eu me assistia. Eu era criança, parecia nos tempos em que eu ainda estudava no colégio infantil e ficava horas a fio esperando meu pai na entrada, todas as crianças já tinham ido embora e eu estava lá, esperando sozinha sentada nas escadarias com a minha mochila vermelha, meu coração estava apertado, eu carregava a mágoa de muitas coisas e eu só tinha vontade de chorar, mais nada, eu só queria chorar. Meu pai não veio me buscar, ninguém veio me buscar, eu levantei e resolvi ir sozinha para onde deveria ir, eu já não era mais criança mas ainda carregava as mágoas e a mochila vermelha, eu chorava sem sentir. Percebi que não procurava um lugar para ir, não queria ir rpa lugar nenhum, só queria que as coisas passassem, eu só queria esquecer, eu caminhei por horas no vazio pedindo pra esquecer. Eu achei o que eu procurava e não era um lugar, eram pessoas. Eu senti uma raiva de ver eles felizes, eles deviam ter ido lá, eles deviam, porque eu fiquei em segundo plano de novo? Porque eu sempre posso esperar? Meu peito começou a doer, a minha mochila caiu, eu queria ir lá mas eu não conseguia, eu gritava e ninguém me via, eu pensei que fosse morrer, uma sede absurda começou a subir e a dor continuava. Antes que pudesse cair no chão eu vi um poço. Parecia um poço antigo com aquelas manivelas pra subir o baldinho e tinha alguém escorado nele, olhando pro poço, parecia pensativo e pesaroso. Eu caminhei até o poço ficando do lado avesso da pessoa, parecia familiar, dolorosamente familiar. Não me importo de ver pessoas chorarem, mas me incomodou ver ele com os olhos vermelhos ameaçando as lágrimas, mesmo com a dor no meu peito eu sabia que se ele derramasse uma lágrima eu não me perdoaria jamais, por mais razão que eu tivesse, por pior que fosse, eu nunca me perdoaria. Eu estendi a mão, eu precisava encostar nele, eu precisava acalmar ele, engraçado como eu nunca havia percebido antes como nossas mãos tinham contrates de cor, engraçado como eu não liguei pro poço, engraçado como eu não liguei pro equilibrio quando o perdi.
Eu cai. Eu sabia nadar, não me desesperei de início, ele me tiraria de lá, eu via ele lá em cima por mais alto que o poço fosse, me assutei com o cheiro da água, me assustei com a cor avermelhada da água, me assustei porque eu esteva num poço de vinho. Entrei em desespero, a luz começou a diminuir, meus gritos não ecoavam, meus gritos não saiam, eu arranhei as paredes, eu implorei, eu só vi mais pessoas chegando e olhando de cima do poço pra baixo, eram todos iguais com seus malditos olharem curiosos, havia virado a atração. Ao ver a cena de mim mesma me afogando naquele poço de vinho e todos olhando minha garganta começou a fechar, meu ar começou a faltar, eu estava morta. Não era mais um poço, era um mar de vinho e meu corpo boiava lá esquecido pelo barquinho de pessoas que ia embora.

Acordei. Não era minha cama, nem meu quarto, nem minha casa e nem ao menos tinham pessoas ali para me acalmar, mas eu estava acordada. A mágoa ainda estava ali, sentada nos meus ombros, meus olhos ardiam e minha garganta ainda estava fechada com a decepção. Minha cabeça doía. A única coisa que me deram de graça e sem sentido, que eu me dei de graça e sem sentido, uma dor de cabeça só pra lembrar que não era mais sonho e que vinho tem sido amargo demais.

2009-09-05

Eduardo Galeano

Como eu odeio livros de poesia, é impressionante a capacidade que o autor tem de me deixar entediada e fazer com que eu demore quase uma semana para ler um livro de 400 páginas, é ridiculo, me sinto fracassada.
Ando com uma compulsão estranha de roer as unhas novamente, fazia uns seis anos que eu não caia nesse vicio, acho que eu estou levemente nervosa. Não, não estressada, é nervosa mesmo ou então o estresse que eu sempre tive está virando algum tipo de doença agora e eu não me surpreenderia se isso acontecesse. Hoje é a minha folga e eu estou planejando fazer o que? Nada, acho que vou ligar pro Heyner no máximo pra dar uma volta, dormir lá, fazer uma janta e ouvir CDs maravilhosos que ele tem, ele só tem todos os CDs e LPs de novelas brasileiras, só isso.
Eu li um livro esses dias chamado "O Livro dos Abraços" e não tem nada a ver com abraços, são crônicas muito legais que me fizeram pensar bastante como todo bom livro de crônicas. Eu sei que eu não deveria fazer isso, mas eu vou fazer, ready?

Teologia/3

Errata: onde o Antigo Testamento diz o que diz, deve dizer aquilo que provavelmente seu principal protagonista me confessou:
Pena que Adão fosse tão burro. Pena que Eva fosse tão surda. E pena que eu não soube me fazer entender.
Adão e Eva eram os primeiros seres humanos que nasciam da minha mão, reconheço que tinham certos defeitos de estrutura, contrução e acabamento. Eles não estavam preparados para escutar, nem para pensar. E eu... bem, eu talvez não estivesse preparado para falar. Antes de Adão e Eva, nunca tinha falado com ninguém. Eu tinha pronunciado pelas frases, como "Faça-se a luz", mas sempre na solidão. E foi assim que, naquela tarde, quando encontrei Adão e Eva na hora da brisa, não fui muito eloqüente. Não tinha prática.
A primeira coisa que senti foi assombro. Eles acabavam de roubar a fruta da árvore proibida, no centro do Paraíso. Adão tinha posto cara de general que acaba de entregar a espada e Eva olhava para o chão, como se contasse formigas. Mas os dois estavam incrivelmente jovens e belos e radiantes. Me surpreenderam. Eu os tinha feito; mas não sabia que o barro podia ser tão luminoso.
Depois, reconheço, senti inveja. Como ninguém pode me dar ordens, ignoro a dignidade da desobediência.
Tão pouco posso conhecer a ousadia do amor, que exige dois. Em homenagem ao princípio da autoridade, contive a vontade de cumprimentá-los por terem-se feitos subitamente sábios em paixões humanas.
Então, vieram os equívocos. Eles entenderam queda onde falei de vôo. Acharam que um pecado merece castigo se for original. Eu disse que quem desama peca: entenderam que quem ama peca. Onde anunciei pradarias em festas, entenderam vale de lágrimas. Eu disse que a dor era o sal que dava gosto a aventura humana: entenderam que eu estava condenando, ao outorgar-lhes a glória de serem mortais e loucos. Entenderam tudo ao contrário. E acreditaram.
Ultimamente ando com problemas de insonia. Há alguns milênios custo a dormir. Eu gosto de dormir, gosto muito, porque quando durmo, sonho. Então me transformo em amante ou amanta, me queimo no fogo fugaz dos amores de passagem, sou palhaço, pescador de alto-mar ou cigana adivinhadora da sorte; da árvore proibida como até as folhas e bebo e danço até rodar pelo chão...
Quando acordo, estou sozinho. Não tenho com quem brincar, porque os anjos me levam tão a sério, não tenho a quem desejar. Estou condenado a me desejar. De estrela em estrela ando vagando, aborrecendo-me com o universo vazio. Sinto-me muito cansado, me sinto muito sozinho. Eu estou sozinho, eu sou sozinho, sozinho pelo resto da eternidade.

- Eduardo Galeano

2009-09-02

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d!h diz:
*BEUL
*curiosidade
*tu nao cadastrou MAIS NADA
*neh?
*Tu está ciente

De que eu vou me irritar? Sim, estou.