2008-12-14

Rei do Xadrez.

Eu nunca consegui ganhar realmente do meu pai no xadrez. A única vez que eu me lembro foi tão sem graça que eu acredito até hoje que o meu pai deixou eu ganhar, eu lembro mesmo foi de uma vez que eu impatei com o meu pai e... analisando agora eu acho que ele também me deixou impatar dessa vez. Eu sempre pensei que eu fosse relativamente boa em xadrez e sempre pensei que meu pai era ótimo. Um dia eu participei de uma gincana escoteira (acontecia e acontece todos os anos no aniversário do nosso grupo escoteiro) e tinha uma tarefa que se chamava "O Rei do Xadrez", basicamente cada equipe escolhia uma pessoa e essa defenderia a equipe. Eu ganhei de todos mas perdi na final pro Guilherme, eu que tinha ensinado ele a jogar. Foi uma sensação estranha, eu me senti péssima por eu ter perdido, me senti um pouco confortável porque quem tinha ensinado ele era eu, mas me senti péssima em pensar que eu jogava xadrez desde os meus 4 anos de idade (sim, o primeiro jogo de tabuleiro que eu aprendi a jogar foi xadrez) e ele jogava fazia dois meses e tinha me ganhado... Eu tinha 14 anos. Eu lembro que na hora que meu rei caiu eu ri e senti uma lágrima escorrer junto, foi ruim. Ele perguntou o que tinha acontecido e eu falei "Ah, nada, entrou um grão aqui, assopra pra mim?", depois eu tive que cumprimentar ele e tudo mais, meu pai tava me olhando nessa hora com uma expressão que dizia "Olha lá! É a minha filha! Ela não ganhou... Mas deu tudo de si!", doeu ver o meu pai tão orgulhoso da filha que deu tudo de si e que esse "tudo" era praticamente nada. Perder numa final não é uma quase vitória e sim uma incompetencia.
Depois eu comecei a namorar o Ikki e nós tinhamos dois jogos em comum: Tekken e xadrez. Eu ganhava do Ikki no Tekken porque ele era ótimo em combos mas eu sempre descobria como dar os ataques especiais, ou seja, eu ganhava na cagada. No xadrez eu perdi em cinco minutos. De novo eu me senti péssima porque o Ikki não era aquele tipo de namorado que era amigo ou que dizia "Ah, acontece.", não, ele tripudiava. Daí eu disse "Ah, faz anos que eu não jogo... Quero ver tu jogar com o meu pai!" e ele o fez. O Ikki ganhou. O jogo demorou mas no fim ele ganhou, meu pai cumprimentou ele sorrindo como quem diz "É, pelo menos a minha filha tem bom gosto.", todo orgulhoso de mim de alguma maneira novamente. Foi aí então que eu pensei que talvez o meu pai não fosse tão bom, talvez ele seja bom mas eu não seja tão boa assim. Eu achava meu pai foda e me achava boa, meu pai foi meio que rebaixado pra bom e eu fui rebaixada a o que mesmo? No final das contas muitas coisas não passam de uma mera ilusão, meus desenhos ótimos da infância, minha letras perfeita da primeira série que minha mãe morria de orgulho de mostrar pras pessoas e dizer "Olha que fofa, que perfeita!", meu xadrez que ganhava de todos, menos do meu pai.
No final das contas o rei sempre cai, no final das contas eu vou ter sempre orgulho do meu pai e saber meu lugar e ter a certeza que sim, existe o rei do xadrez, mas só o rei.

1 comentários:

Duquesa Astarte disse...

Então!!
Eu naum sei jogar xadrz
.-.
Eu tinha um anorado inutil q jogava e q nunka m ensinou1!
Mas eu senti metaforas no teu texto!
E ai emnie, to desde quinta se entra na nternet, sexta sai do trabalho e fui pro shw, fui dormir as 4 e acordei as 9 e fui trabalhar, era 4 da tarde eu ajum aguenta masi emksu pés, detalhe eu peguei as 10:30 e larguei as 21:00 e so tive 15 minutos de intervalo...
o.o
Foda, dai hj q achei q ia trabalhar, naum fui escalada, graças a deus...
Pego segunda as 14, mas tbm toco direto ate dia 24
u_u
Espero q valha apena pelo menos...
Bom, como tah tuas vendas?
Boas?
Espero q sim
^^

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