2008-09-30

Human - The Pretenders

Vou contar como foi meu final de semana de trabalho, isto pode ser longo e eu ainda não tenho certeza se vou postar tudo de uma vez só, dividir por partes, por dias afinal o meu final de semana de trabalho começou na quinta-feira, dia 25 de setembro. A única coisa que eu tenho um pouco de certeza é que esse texto será escrito bem pausadamente devido ao filme que assisto, que será lido e relido para ser postado, que eu irei no médico amanhã as nove horas e tenho dentista as três e meia da tarde e ah, que tenho que imprimir currículos e coisas assim.

DAYS ONE - quinta-feira, 25/09/08
À noite, porque tudo começou por volta das 18hs. Nós abrimos (nós = minha família) o quiosque por volta desse horário, um pouco mais cedo, eu não lembro ao certo. O evento para o qual abrimos (3º Moto Xangri-Lá, ou algo semelhante) começava no dia seguinte, às dez da manhã, mas o clube de motos da região faria um grande churrasco no dia anterior e tal, porque pra eles o que importa é fazer barulho queimando pneu e encher a cara então resolvemos abrirmos desde o dia anterior para marcar presença e quem sabe lucrar alguma coisa. Não foi um bom movimento, óbvio. Era dia de semana, não tinha feriado no dia seguinte, essas coisas todas que impedem as pessoas responsáveis e com contas a pagar de madrugarem farreando na rua. Claro que tinha algumas pessoas andando pela praça (o quiosque fica na praça central da cidade junto a outros). A moral é que eu passei parte da tarde e da noite lendo o livro que eu peguei da Matroska, “Jogo Proibido” do Stephen King (que é muito bom, não tinha lido nenhum livro dele completo e esse me prendeu mesmo), não trabalhei praticamente nada e ainda fiquei naquele vento gelado que entra pelas frestas do quiosque. Ah! Já, ia esquecendo: Normalmente tem uma cadeira lá, pra quando a gente não ta fazendo nada não ficar massacrando nossos pés porém dessa vez meu pai tirou a geladeira que nós usamos e colocou um puta freezer que mata quase todo o espaço que se tem, ou seja, não tem onde sentar e eu fiquei sentada em cima do freezer igual uma criança retardada ou algo semelhante.

DAYS TWO - sexta-feira, 26/09/08
O evento abria oficialmente as dez da manhã desse dia, minha mãe me acordou com um inferno básico de todos os dias de manhã e me mandou pra lá, acontece que a minha avó havia ido pra lá antes pra dá uma geral e levou minha chave, ou seja, eu estava sem chave e deveria encontrar ela lá ou no caminho mas quando eu cheguei lá ela já havia voltado e pior, havia voltado por um caminho diferente do que eu vou daí não nos vimos e eu fui até lá e dei de cara no bagulho fechado e sem chave. Mas em compensação percebi que não havia ninguém na praça mesmo sendo onze horas, uma hora depois que teria iniciado, assim resolvemos abrir o quiosque por volta das duas da tarde e assim o fizemos. Aconteceu a mesma coisa do dia anterior, eu passei a tarde lendo o livro de novo sem movimento nenhum até umas sete da noite quando começou a circular pessoas por lá, foi nesse dia que as coisas começaram a acontecer. Era sexta-feira, as pessoas não tem aula no dia seguinte, aquela palhaçada toda que todo mundo conhece, bem, daí eu comecei a atender as pessoas, teve show de uma banda chamada “Só Creedence” que obviamente só tocava Creedence e era boazinha até, teve um movimento legalzinho pra sexta-feira e evento e tal e bom, começaram a passar pessoas que eu obviamente conhecia. Ex-colegas e alguns amigos. Mas nesse dia eu comecei a avaliar e pensar sobre as pessoas e mais precisamente sobre as gurias que estavam andando por ali. Antes Xangri-Lá não tinha uma praça ou algo assim pras pessoas se concentrarem à noite e ficarem loquiando agora têm e isso é bem legal pra gurizada, não faz muita diferença pra mim porque eu não tenho muitos amigos e os que eu tenho não costumam ir pra ali mas enfim, como eu ia dizendo eu comecei a reparar nas gurias que passavam por ali e eu vi que elas tinham todas o mesmo perfil, sabe? Os meninos até variavam, a maioria era uma mistura skate + mano + boy, mas ficava interessante até, sabe? Eles estavam bonitinhos, mas as gurias... Era a legião de periguetes. Não tenho outra definição. Elas variavam entre calças de suplex e jeans com bota de salto anabela (ou ana bela, tanto faz) e blusas coladinhas naquele frio absurdo que tava, algumas até estavam de jaqueta e tal mas outras nem isso! Eu vi uma guria de calça jeans cigarrete (aquelas que ficam bem justinhas na perna ate embaixo, não tem a barra mais aberta, pra quem não sabe) bota de salto alto e uma blusinha de suplex de barriga de fora, decote e atrás essa blusa ainda era toda trançada, RESUMINDO, ela tava quase de biquíni e jeans. E se achando! Eu não digo que elas estavam feias, não é isso que eu quero dizer porque muitas delas estavam lindas mesmo mas o comportamento não ajudava em nada no figurino. Se tu usa uma roupa de “procedência duvidosa” e se comporta como uma vadia daí não ajuda mesmo. E elas enchiam a cara e ficavam rolando por cima dos guris e aquilo começou a ficar nojento e aquela barulheira toda. Devido a isso que assisti eu acabo por não saber mais o que pensar, as gurias mantém um comportamento “padrão”(se esfregar em geral quando bebem e quando não bebem também, não ter cultura nenhuma sobre nada, serem alienadas quanto a música, literatura, cinema, vivencia, sexualidade, entretenimento, idiomas e outras coisas mais, serem alimentadas pela Globo[novelas], pelo SBT[novelas?], pela Record[Ídolos e novelas?] e pela RedeTV[Pânico na TV ¬¬], vida virtual limitada a Orkut e MSN, etc), se vestem de maneira padrão como foi citado acima e sei lá, todo mundo acha isso ótimo e normal! E os guris olham isso e bom, eu não sei exatamente o que se passa na cabeça deles e eu me recuso a pensar que eles pensam coisas como ser melhor terem gurias de cabeça fazia e coisas assim, sabe? Do que adiante eu ter 1% de cultura, ter a cabeça aberta pra quase tudo se o que dá “ibope” é ser burra e puta? Isso me deprime. Além de ter trabalhado e ter ficado cansada eu ainda tive que assistir isso e o pior que era só a ponta do iceberg que o final de semana me aguardava.

DAYS THREE – sábado, 27/09/08
No sábado nós iríamos abrir de manhã novamente e optamos por abrir a tarde, meu pai abriu na primeira hora da tarde o quiosque e eu apareci lá pelas três da tarde, nesse dia fechamos as quatro da manhã quando o movimento finalmente parou, foi um dia muito bom nos lucros! Trabalhei sem parar mesmo das quatro da tarde em diante, nesse dia teve uma banda de tarde bem boazinha e a noite teve uma banda de rock daqui de Capão da Canoa, não lembro o nome, eles tocaram até Cachorro Grande! Foi muito bom, e depois teve uma banda chamada “Os Daltons” e eles eram bem bons também, todas as bandas do festival tocavam basicamente rock mais antigo e tal, Dire Straits e coisas assim, foi bem legal. Nesse dia eu vi mais pessoas conhecidas, haviam mais ex-colegas meus por lá. Primeiro apareceu o Péricles com a namorada dele e eu levei um susto, a guria é uma deusa! Fiquei com medo dela, sério, ela era bonita demais a ponto de assustar e pensar que o meu irmão era tri feinho no ensino fundamental e começou a tomar jeito quando tava lá pelo segundo ano do ensino médio, quem diria. Depois eu vi a Bruna, a Sabrina e mais algumas que estudaram comigo no ensino fundamental, foi aí que eu agradeci quase que de joelhos aos meus pais por terem me mandando estudar em Osório, eu teria me tornado uma piranhazinha da laia delas se não tivesse ido! Tenho calafrios de pensar. Com certeza eu seria mais bonitinha e o meu cabelo seria realmente bonito, decente, brilhoso e coisas assim mas eu prefiro ter uma nata de conteúdo do que a aparecia delas. Aliás, a Bruna continua feia como sempre HAHAHAHA – odeia a guria desde sempre, sei lá, ela continua com a mesma marra de idiota que sempre teve, mas vi coisas engraçadas inclusive nela. Eu percebi que tinha muita gente do colégio que eu estudei no ensino fundamental dando voltinhas por ali e vi que todos eles estavam namorando com pessoas que tinham estudado, sabe? O tempo passou, alguns ficaram pulando de uns pra outros mas no final das contas todo mundo ficou com as pessoas que já conhecia e isso foi bem interessante de se observar. Eu vi um guri que era de uma série abaixo da minha e ele ta namorando uma guria que era colega dele eu acho, eu não lembro de onde eu conheço a guria, enfim, mas a guria ta com o pescoço largo e bizarro de pessoas que malham demais e ficam com o pescoço grosso, acho legal malhar mas não a esse ponto, muito menos meninas. Observar essas coisas só me faz reforçar ainda mais o fato de que ficarei sozinha para sempre, ó vida ingrata.

DAYS FOUR – domingo, 28/09/08
No domingo nós abrimos novamente pela manhã, meu pai fez isso novamente enquanto eu, obviamente, fiquei dormindo. Durante a tarde tivemos um movimento interessante mesmo pra domingo, domingo normalmente não é um dia bom no inverno pra nós (inverno = abril a novembro) porque as pessoas não gastam muito, elas não saem pra dar uma volta e comem algo e coisas assim e isso é tão estranho de vez em quando... Enfim! Eu estava tão cansada do dia anterior que quando o movimento parou eu sentei no chão, escorada no freezer e fiquei ali vegetando durante algum tempo até pegar o telefone e ligar pra Matroska e perguntar se ela tinha ido com o Gabo no tal barzinho pra ver se poderíamos fazer a festa da premiação do Sexy Emmy Awards lá, mas pra variar ela NÃO FOI. Depois disso eu liguei pro Diogo e eu não lembro o que eu falei com ele, eu estou com essa dificuldade, eu falo com as pessoas, especialmente no telefone, e esqueço o que falei com elas, é bem bizarro. No domingo nós fechamos o quiosque às oito da noite e viemos pra casa, eu estava sem internet desde quinta ou sexta-feira então não me restava nada além da televisão e nem isso estava ajudando muito.

Pode parecer que esses dias não foram nada demais além de muita besteira junto mas eu realmente percebo coisas ruins nessas situações. Eu percebo que eu não tenho mais amigos aqui e que a minha mãe fica me culpando por isso, como se eu não quisesse ter amigos aqui e como se eu fosse “exigente” demais. Eu concordo e discordo dela ao mesmo tempo. Eu realmente sou exigente e por conta disso que eu tenho poucos amigos em qualquer lugar mas as pessoas que moram perto de mim também são exigentes, ao modo delas. Minha mãe não compreende que as coisas que são importantes pra mim não são para os outros, ela só sabe dizer que eu trato meus amigos mal e que eu não respeito ninguém, é só isso que ela sabe dizer e isso acaba se aplicando a tudo, aos meus amigos, as pessoas que eu fico, as pessoas que eu namoro, a minha família, ela usa essa “regra” pra qualquer envolvimento social que eu possua. Que inferno.

Voltou a passar Histórias de Fantasmas (Gakkou no Kaidan) no Cartoon semana passada mas ontem, segunda-feira, começou desde o primeiro episódio, fiquei contente. Não é um anime maravilhoso mas eu gosto muito das músicas de abertura e encerramento (Grow Up e Sexy Sexy, respectivamente)e até tem alguns episódios interessantes também. Quanto mais eu gosto e amo alguém maior a minha dificuldade de eu me aproximar da pessoa, carnalmente falando, eu tenho medo de decepcionar ou de sei lá, de errar no que eu vou fazer ou no que eu estou fazendo, mas de uns tempos pra cá eu tenho perdido esse medo ou perdido essa sensação de que vou errar, na realidade eu estou perdendo o medo de desapontar porque se eu fizer não vai mais fazer diferença nenhuma pra mim... I guess. Eu estou me tornando mais seletiva do que eu já sou pras pessoas que vem e decidem ficar na minha vida e eu estou aprendendo a colocá-las nos lugares certos, nos postos certos de importância pra mim, mas apesar de fazer isso eu também estou aprendendo a não demonstrar isso, ou melhor, demonstrar isso quando eu tiver certeza e quando eu perceber que a pessoa de fato não é importante pra mim e coisas assim não descartar ela. Manter ela ali até quando ela quiser estar desde que não me atrapalhe, afinal todos merecem ter o seu lugar ao sol. Acho que eu estou crescendo ou abrindo uma grande falha no meu caráter... Como se isso fizesse diferença.

Eu assisti um filme muito bom chamado O Barato de Grace ou Saving Grace, é muito bom.

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